segunda-feira, 31 de março de 2008

Alimentos que são Medicamentos?

A esperança de vida tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos mas o verdadeiro segredo para uma vida longa passa, sobretudo, pelos cuidados que temos à mesa. Alguns alimentos que nos ajudam a envelhecer com a máxima qualidade:
Peixe: Rico em gorduras polinsaturadas, quando consumido regularmente, ajuda a prevenir a hipertensão e as doenças cardiovasculares.
Citrinos: São ricos em vitamina C, um ingrediente natural com acção nas doenças infecciosas. Além disso, muitos especialistas acreditam que o consumo regular de citrinos ajuda a prevenir vários tipos de cancro.
Alho: Usado como tempero desde sempre, o alho ajuda a prevenir a hipertensão e a subida de colesterol no sangue.
Tomate: O consumo diário de tomate parece prevenir o cancro da próstata, uma doença que atinge uma percentagem significativa de homens em todo o mundo.
Chá verde: Rico em antioxidantes, o chá verde, quando bebido regularmente, inibe a formação das placas que provocam a arteriosclerose, para além de ajudar a prevenir o envelhecimento.
Chá de folha de oliveira:excelente na prevenção da hipertensão.
Lacticínios: O consumo diário de leite, iogurtes ou queijo previne a osteoporose e contribui para a regularização do trânsito intestinal.
Massas: As massas, o arroz e o pão integral são excelentes fontes de energia, fibras e ferro.
Feijão: O feijão-frade é rico em acido folico, substância que favorece a renovação das células e diminui o risco de determinados tipos de cancro.
Ervilhas: A ervilha contém luteína, um antioxidante que contribui para a manutenção da visão
Não existem dois alimentos iguais, quer ao nível do sabor, da textura, ou da composição nutricional. Ingerir alimentos de todos os grupos da Roda dos Alimentos é o que todos devemos fazer para a manutenção do melhor estado de saúde possível.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Como evitar os vulgares arrotos?

A eructação (vulgar arroto) é uma forma de libertar o excesso de ar presente no estômago. Uma pessoa pode engolir ar em excesso quando bebe ou come demasiado depressa, ao falar enquanto come ou bebendo bebidas gaseificadas.
A eructação em excesso é uma queixa frequente em pessoas com azia ou doença de refluxo gastroesofágico (DRGE). Se o ácido do estômago sobe até ao esófago, a pessoa pode ter a necessidade de engolir repetidamente para expelir o ácido do esófago ou neutralizá-lo com a saliva, levando a que seja engolido ar excessivamente.
Algumas pessoas engolem ar devido a tiques nervosos, mesmo quando não estão a comer ou beber. Noutros casos, a eructação crónica pode estar relacionada com uma inflamação da mucosa do estômago.
A eructação pode ser minimizada de várias formas:
-Comer e beber devagar. Deve-se também evitar beber por "palhinhas".
-Evitar bebidas gaseificadas e cerveja, uma vez que estas podem libertar dióxido de carbono gasoso
-Evitar pastilhas elásticas e rebuçados uma vez que quando se consomem estes produtos, o acto de engolir é feito mais vezes que o normal e parte do que se engole é ar.
-Não fumar, pois ao inalar o fumo também se inala e engole ar.
-Verificar as dentaduras, pois quando estas estão mal ajustadas é engolido excesso de ar ao comer e beber.
-Tratar a azia. Os antiácidos e outros medicamentos de venda livre podem ser úteis para o tratamento da azia ligeira e ocasional. Em caso de DRGE podem ser necessários medicamentos de prescrição médica obrigatória ou outros tratamentos.

A obesidade pode ser contagiosa?

A obesidade é um importante problema de saúde pública dos tempos modernos, afectando 400 milhões de pessoas em todo o mundo.Esta epidemia parece não ser apenas determinada pelo que se come, mas também pelas pessoas com quem nos relacionamos.
De acordo com um estudo publicado recentemente, se alguém que nos é próximo fica com excesso de peso ou obeso, aumenta a probabilidade de nós desenvolvermos o mesmo problema.Segundo esse estudo, os amigos de pessoas obesas têm 57% mais probabilidade de ganhar peso.Este risco era de 40% entre irmãos e de 37% entre casais. Pessoas do mesmo sexo exerciam maior influência entre si do que pessoas de sexo oposto. No entanto, vizinhos fora do círculo social pareciam não ser afectados.
Os investigadores acompanharam 12.000 pessoas ao longo de 3 décadas e concluíram que a obesidade se difundia através de laços sociais de um modo bem mais subtil do que a simples adopção dos hábitos das outras pessoas. Estes resultados podem explicar o aumento da taxa de obesidade em países como os Estados Unidos ao longo dos últimos 25 anos, sugerindo que esta situação, para além de ser um problema médico, deve ser encarado como um problema social.
O que parece estar a acontecer é que o facto de uma pessoa se tornar obesa provavelmente altera a percepção do peso adequado. Deste modo, as pessoas pensam que não existe problema em estarem um pouco “maiores”, pois os que se encontram à sua volta também apresentam excesso do peso. E esta forma de pensar propaga-se.
Assim, parece que a obesidade num indivíduo pode influenciar outros relacionados, directa ou indirectamente com o mesmo. Não se resume ao simples facto das pessoas obesas ou não obesas se relacionarem apenas com os seus semelhantes, pelo contrário, existe uma relação directa e causal.
É necessário compreender que uma parte significativa da saúde de um indivíduo está envolta na sua rede social.
Estas conclusões têm implicações em futuras intervenções clínicas e de saúde pública que se podem tornar economicamente mais eficazes do que era suposto inicialmente, uma vez que as melhorias ao nível de saúde numa pessoa podem contagiar os membros da sua rede social.
The New England Journal of Medicine, 2007

quinta-feira, 6 de março de 2008

Influência dos medicamentos no estado nutricional do doente

Outro dos aspectos a ter em consideração na interacção alimento-medicamento (IAM) prende-se com a influência de determinados fármacos no estado nutricional do doente.Com frequência, sintomas como anemia, diarreia, perda de peso são atribuidos à doença, quando, na verdade, poderão estar relacionados com uma IAM.Por exemplo o uso prolongado de laxantes reduz a absorção de glucose, proteínas, sódio, potássio e algumas vitaminas.
Também o uso crónico de antiacidos (como Rennie e Kompensan) pode conduzir à diminuição do fósforo da dieta e, consequentemente, o surgimento de problemas ósseos.
Alguns fármacos usados na redução do colesterol, estão relacionados com a má absorção do ferro e de vitaminas A,D e E.
O uso prolongado ou a ingestão de doses elevadas de diureticos provoca uma perda de potássio, magnésio, zinco e calcio.
Para além destas interacções alguns medicamentos poderão estar na base duma deterioração no estado nutricional do doente, seja por poderem provocar o vómito(alguns medicamentos para tratar problemas cardíacos) seja pela diminuição da produção de saliva(alguns antidepressivos) ou ainda por alterarem a percepção do sabor(medicamentos para problemas cardíacos).
Em conclusão pode-se dizer que o conhecimento da causa e do efeito da interacção assume um papel preponderante.Os constituintes da dieta condicionam a acção dos fármacos e por sua vez os medicamentos podem provocar deficiências nutricionais.Impõe-se por isso compatibilizar a dieta com a medicação.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Influência dos alimentos na acção dos medicamentos II

Tal como entram ,os medicamentos também saiem, inalterados ou transformados.Para que isto aconteça uns medicamentos necessitam que a urina seja mais acida outros menos.Por isso alguns fármacos são eliminados mais rapidamente ou mais lentamente e daqui a sua maior ou menor intensidade e duração de acção.De entre os medicamentos que acidificam a urina contam-se a carne de aves, o peixe, as uvas, o pão e o queijo,sendo que os frutos (com excepção das uvas), os legumes (exceptuando o milho e as lentilhas), o leite, as natas e a manteiga são alimentos que tornam a urina menos acida.
Também se pode verificar um efeito aditivo, como seja o resultante da administração de fármacos que actuam ao nível do Sistema Nervoso (calmantes, anti-alérgicos) com alcool.
Noutras situações a interacção origina um efeito contrário.Por exemplo os anticoagulantes (vulgarmente para o "sangue grosso") vêem o seu efeito contrariado pela vitamina K, muito abundante em certos alimentos como a aveia, o trigo, fígados ou espinafres.
Outro tipo de interacção com consequências relevantes tem a ver com a presença duma substância chamada tiramina em elevada quantidade em alguns alimentos e bebidas, como sejam cerveja , queijos curados e fermentados e carnes fumadas.Com alguns antidepressivos há aumento daquela substância tiramina no sangue o que pode originar graves crises de hipertensão, que em situações limite pode resultar em hemorragia cerebral e coma.Esses antidepressivos também podem dar a mesma interacção com alguns peixes , molhos exóticos, marisco, e queijo "gruyère".

Influência dos alimentos na acção dos medicamentos I

Os alimentos podem modificar o efeito dos fármacos, fundamentalmente por interferência na forma como são modificados pelo organismo, ou por alteração na sua acção, originando como é natural, um viés mais ou menos pronunciado.Sendo que os medicamentos são na sua maioria administrados por via oral, é ao nível da absorção que se verificam as interacções mais significativas.
De entre os fármacos nos quais se verifica uma redução pronunciada na absorção por interacção com os constituintes da dieta, destaque para as Tetraciclinas (um tipo de antibióticos).De facto com alimentos ricos em ferro ou calcio(queijo, leite, iogurtes) ou fortificados com ferro (alguns cereais) há diminuição da sua actividade.Para alem disto há alguns medicamentos cuja absorção (e por isso a acção) é aumentada pela presença de alimentos, enquanto que outros sofrem uma diminuição (algumas penicilinas).
Mas como se não bastasse há alimentos que podem inibir ou impedir a transformação de alguns medicamentos no nosso organismo o que vai ocasionar um aumento das suas concentrações no sangue, com eventual risco para o doente.Exemplo disto é a interacção da toranja com alguns anti- histaminicos (vulgares anti- alérgicos), com o Valium, com o Tegretol(anti-epilético) , com alguns medicamentos para reduzir o colesterol e até com o Viagra, pelo que se desaconselha o seu uso simultâneo.

Interacção Alimento-Medicamento

A interacção alimento-medicamento(IAM) é um fenómeno que,embora muitas vezes descurado,merece uma atenta reflexão na avaliação da eficácia dum medicamento, bem como na avaliação do estado nutricional do doente.Sendo que interacções desta natureza raramente ocasionam consequências fatais, é relativamente frequente o surgimento de efeitos adversos, mais ou menos importantes e imprevisíveis, ou que originam respostas farmacológicas diversas em intensidade das esperadas para uma determinada dosagem.Com a presente introdução é meu objectivo sensibilizar o público em geral para a importância de considerar a IAM como podendo provocar alterações no efeito medicamentoso bem como controlar eventuais consequências ao nível do estado nutricional do doente.